terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Memórias de um balzaquiano. Vol 35

PRÓLOGO: Aos que nunca me visitaram aqui: Aproveitem! Postagens aqui são raras. Aos que já vieram mais vezes: Aproveitem! Postagens aqui serão cada vez mais raras! E vou ver se conserto o joguinho mata-moscas da página inicial pra que vocês não fiquem sem nada pra fazer. No mais...

Mais uma primavera (originalíssimo)! Estava aqui pensando sobre o que escrever. Começo a postagem sem saber ao certo. Mas é meu aniversário e além disso o blog é meu. Escrevo o qu'eu bem entender... Rsrs!

Por falar em escrever: Este ano bati o recorde mundial do mundo em postagens minhas mesmas próprias no tuíter. Tenho minha conta desde março de 2009, pero nunca tinha "falado" tanto quanto este ano. Aliás, este ano o tuíter provou aos incrédulos remanescentes sua real funcionalidade, seu poder de fogo como ferramenta de comunicação e essencial necessidade como formador de opinião.

Mas não estamos aqui pra falar sobre tuíter, não é mesmo?! Vamos falar de coisa boa? Vamos falar de Tek Pix!


Geralmente eu entro aqui neste dia pra fazer a retrospectiva do meu ano (eu disse ANO!), mas confesso abestalhado que estou decepcionado... Acho que acabei de compor uma música... Não, não. O Raulzito já escreveu isso em "Ouro-de-Tolo". (Shit! ) Enfim! Não porque foi tão fácil conseguir e sim por que não consegui nem a metade do qu'eu tinha planejado e vou ter que refazer quase todas as mesmas promessas qu'eu fiz pulando as sete ondinhas no réveillon passado. É muito confuso tentar pular e contar ao mesmo tempo. Fora que não existem critérios definidos sobre o que é "onda" e o que é "marola". Um dos pés sempre acaba ficando pra trás e na dúvida se valeu, a gente acaba pulando umas quatorze ou mais. Cansativo!

                    

                                   A dificuldade de pular as 7 ondas.

O ano começou com uma puta ressaca eleitoral do ano anterior (e vai terminar com outra por conta do plebiscito), afinal, bem ou mal estive envolvido no processo trabalhando e militando, coisa qu'eu não fazia desde a campanha para o primeiro mandato do Lula e não farei novamente tão cedo.


Ter resolvido ficar em Belém me trouxe de volta várias limitações profissionais e mudanças radicais, não só de planos como também de estilo de vida. Meu atual perfil profissional simplesmente não existe aqui, aliás, pouca coisa realmente existe aqui! Belém tem o dom de me fazer reinventar o qu'eu sou, de me fazer reaprender a ser o que há muito tempo eu deixei ou não quis ser.

Fundação da Villa de N. Srª de Belém.



Quem me conhece de perto sabe da minha relação de amor e ódio com esta cidade, da minha dificuldade de aceitar a velocidade que as coisas acontecem aqui, da irritação que me causa toda esta postura provinciana que tanto atrapalha e impede novas ideias, mas que se rende a estas mesmas novas ideias, contando que não tenham sido pensadas por ninguém daqui.

Minha boa vontade com esta cidade é inversamente proporcional à minha paciência com ela.

Não costumo ser mal- humorado, mas até o clima já me irrita logo que acordo. Poucas coisas aqui me atraem. Nem da paixão nacional daqui, o açaí, eu gosto.

Destas poucas coisas que me aprazem daqui, encabeçam a lista a maniçoba, o tacacá e a Coca-Cola... Ééér... Deixem-me ir encher o copo antes qu’eu comece a escrever Coca-Cola em todos os próximos parágrafos...

Voltei! Copo cheio!


Então... Minha família é de BH e eu fui criado entre Minas e São Paulo. Mas a mineirada é mais paraense que eu, que nasci aqui. Meu avô não almoça sem o bendito vinho de juçara ao lado. Meu pai, artista plástico, é pesquisador e defensor ferrenho do resgate das técnicas e características originais das cerâmicas marajoara e tapajônica.

A verdade é qu’eu nunca quis morar aqui. Vim à revelia. Pra vocês terem uma ideia, meu lugar preferido da cidade toda é o AEROPORTO. E não estou brincando. Gosto da sensação de estar na plataforma de embarque, do cheiro e das portas em automático.

                               O aeroporto mais bonito da cidade.


Talvez o fato de ser músico tenha influenciado ainda mais esta indisposição, posto que o cenário local sempre foi muito hostil e amador dada a ausência de um mercado fonográfico alicerceado pela negligência secular de políticas públicas de incentivo à cultura.

Fazer música, ser músico nestas paragens pra mim sempre foi sinônimo de perda de tempo, luta em glória e frustração. No máximo iria cantar minhas “musiquinhas” em rodas de amigos e considerando a minha timidez e facilidade pra fazer amigos estes momentos seriam tão numerosos quanto os pelos no meu peito. Sem considerar qu’eu depilo os que teimam em nascer. Mas isso já é outra história.

A esta altura, você, caro leitor, deve estar se perguntando: Porra! Este Zé Roela Ele não vai falar nada de bom sobre Belém? O que ele ainda está fazendo aí? E mesmo que não esteja se questionando acerca disso, tenho que levantar estas questões, pois tenho que terminar meu texto. Pois, então! Agora vem a parte boa!

Como eu disse, minha relação é de amor e ódio. E meus amores, quase todos, estão aqui. As pessoas mais importantes da minha vida são, estão, vivem ou morreram aqui. Meu avô, minha avó (in memoriam), meu pai, meus filhotes...

Meus filhotes sempre foram um dos motivos pr’eu ficar em Belém ou pra me trazer de volta. Sou pai apaixonado mesmo e não abro mão de estar o mais presente possível na vida deles. Então todas as vezes qu’eu resolvo voltar pra esta cidade é por amor. Desta vez não foi diferente. Ou melhor. Foi. Desta vez, ao invés de ter feito, fiquei pra fazer um filho por amor. Ou melhor: Uma filhota! A princesa Manu, que veio juntar-se aos dois homenzinhos, Lutti e Matteusinho. Totalmente planejada, querida e concebida por amor à mãe dela (e tão linda quanto), a minha futura esposa, Josie Mota. Mas essa também é outra história... Depois eu conto!

Agora, com licença! Tenho um aniversário pra comemorar nesta cidade qu’eu amo odiar, mas que me deu tudo pelo que realmente vale a pena ficar: Amor.

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